lianebatista
01-10-2011, 06:09 PM
Caros Orientistas
Este tópico criado aqui no Fórum FPO tem como objectivo dar respostas a inúmeras questões que têm surgido da parte dos atletas relativas às Selecções Nacionais para 2011 (neste caso para a Orientação Pedestre).
Peço que não se deixem intimidar pela grande dimensão deste texto que vos escrevo. Leiam-no com atenção pois contém muita informação e questionem-nos em tudo o que tiverem dúvidas.
Começo por dizer que compreendo perfeitamente a vossa indignação, plenamente justificada, pelo silêncio que têm recebido da FPO na preparação da época 2011 para as Selecções Nacionais. O Projecto para as Selecções deveria, idealmente, ter sido divulgado durante o mês de Novembro de 2010, para que os atletas tivessem todas as informações necessárias sobre a nova época aquando do começo da sua preparação durante este mês de Novembro.
De seguida vou tentar ser o mais esclarecedor possível sobre o máximo de tópicos possível:
Orçamento disponível para as Selecções
Uma das razões para o atraso na definição da política para as Selecções em 2011 é o facto de ainda não termos um Plano de Actividades e Orçamento para 2011 aprovado. Como sabem, o financiamento disponível para as Selecções está bastante dependente do financiamento atribuído anualmente pelo IDP (Instituto de Desporto de Portugal), que por sua vez depende do pedido de financiamento que lhe é feito pela FPO todos os anos, baseado nas actividades definidas para as Selecções no Plano de Actividades (participação em competições internacionais, estágios, acompanhamento dos atletas, etc) e nos resultados da Orientação (medidos de diversas formas) dos anos transactos.
Sendo que, por um lado, existem algumas alterações na política de relacionamento e pedidos de financiamento da FPO para com o IDP e por outro que estamos em tempos de crise, existe muita incerteza sobre qual o montante disponível para o trabalho com as Selecções em 2011. Como este atraso se está a tornar incomportável no que aos atletas diz respeito, foi definido um orçamento mínimo disponível para o trabalho com as Selecções para 2011, que será depois complementado mediante o financiamento atribuído efectivamente pelo IDP para as Selecções.
Assim, mediante esta certeza, a Direcção Técnica Nacional está agora em condições para criar um plano de actividades básico para as Selecções e Formação de Jovens para 2011, que será produzido já com a Comissão Técnica para a Orientação Pedestre (CTOP), e que será divulgado no Projecto de Selecções e Formação de Jovens 2011 com todos os detalhes sobre as Selecções Nacionais e a Formação de Jovens para este ano (esperamos conseguir ter este documento pronto em cerca de duas semanas).
Técnicos/Treinadores das Selecções Nacionais
Outra questão fundamental e para a qual a actual Direcção está totalmente sensibilizada e onde se espera que exista realmente um maior grau de investimento é na área dos técnicos/treinadores das Selecções. Penso que, ao nível da Orientação Pedestre, é reconhecida por todos a elevada qualidade de técnicos que temos (embora em número algo reduzido). No entanto, o trabalho destes técnicos (que se reflectiu nos resultados obtidos por exemplo no EYOC 2010), apesar de altamente especializado e de enorme dispêndio de tempo) foi até agora maioritariamente de voluntariado e sem um enquadramento efectivo nas estruturas federativas, situação que se tornou incomportável. Logo, sendo os treinadores cruciais para se ter atletas de elevado nível, e sendo a sua função tão especializada, estamos a fazer um esforço para que se defina claramente esse enquadramento e as respectivas condições de trabalho.
Mediante este quadro, endereçámos um convite ao Prof. Bruno Nazário para ser novamente o responsável máximo pelas Selecções Nacionais de Orientação Pedestre em 2011, tendo ele já aceite essa função. Estamos agora em processo de convite para os restantes técnicos que constituirão a CTOP, principalmente ao nível da formação dos jovens e das Selecções Jovem, fulcrais no processo de desenvolvimento qualitativo da modalidade.
Alto Rendimento
O Alto Rendimento é outra peça fundamental em todo este puzzle. Existindo uma nova legislação (Decreto-Lei 272/2009, “Medidas de Apoio ao Desporto de Alto Rendimento”) de enquadramento destes atletas, toda a política para as Selecções Nacionais deve estar alinhada por esta legislação e pelos respectivos Despachos e Portarias (relativos às Bolsas, Ensino Superior, Seguros, etc).
Sendo este Decreto-Lei recente e alterando de forma drástica algumas das políticas de apoio ao Alto Rendimento (antes designado de Alta Competição), existia da nossa parte uma grande lacuna ao nível do conhecimento da legislação e das suas consequências práticas.
Assim, o primeiro passo a dar foi conhecer detalhadamente as regras que permitem que um atleta possa ser inscrito no registo de praticantes de Alto Rendimento. Neste momento a maior parte destas regras estão já claras, exceptuando uma situação que tem a ver com os resultados obtidos em competições de estafetas, pois o IDP não sabe se deverá considerar estes resultados à luz das regras para as modalidades individuais ou colectivas, pelo que pediu um parecer ao Secretário de Estado. No entanto, qualquer que seja a resposta, os resultados obtidos pelas estafetas de H16 e D18 no EYOC permitem sempre inscrever estes atletas no registo de Alto Rendimento.
Como tal, na Orientação Pedestre, temos já inscritos no registo de Alto Rendimento o Luis Silva e a Vera Alvarez, e (à espera do parecer do Secretário de Estado) a Joana Costa, Mariana Moreira, Isabel Sá, Miguel Ferreira e João Cascalho. Adicionando a estes atletas os três atletas da Orientação em BTT Davide Machado, Daniel Marques e Susana Pontes, faz com que a Orientação tenha 10 atletas inscritos no registo de Alto Rendimento, o que surpreendeu pela positiva os técnicos (e até o presidente) do IDP e nos aumenta bastante a possibilidade de nos ser aceite um contrato-programa específico para o Alto Rendimento o que aumentaria bastante o financiamento para as Selecções.
Regras de inclusão no registo de Alto Rendimento
O Alto Rendimento divide-se agora em níveis A, B e C. Em baixo deixo um resumo dos resultados que permitirão o acesso ao Alto Rendimento:
Nível A:
- Primeiros 8 classificados (desde que 1º terço da tabela) em WOC ou EOC;
- Primeiros 3 classificados (com um mínimo de 24 atletas) em JWOC ou EYOC (H/D18);
Nível B:
- Primeiro terço da tabela em WOC ou EOC;
- Primeiros 8 classificados (com um mínimo de 24 atletas) em JWOC ou EYOC (H/D18);
Nível C:
- Primeiros 8 classificados (com um mínimo de 20 atletas) em EYOC (H/D16);
Formação de Jovens
Está já assente que os OriJovens e os OriJuniores irão ter continuidade, estando inclusivamente já alguns deles calendarizados para 2011. No entanto, a planificação e organização destes estágios para jovens passarão a estar enquadrados pela mesma estrutura que será responsável pelas Selecções Nacionais (a CTOP), tendo como objectivo perspectivar um desenvolvimento sustentado e contínuo desde os Laranjinhas no OriJovem até aos atletas de Alto Rendimento.
O OriJunior continuará a ser organizado com elevado nível técnico, sendo por isso também um estágio direccionado para as Selecções Jovens.
Grupo de Selecção
Este grupo será bastante mais reduzido que em 2009 e 2010 (onde chegou a ter 50 atletas!), pretendendo-se com isto criar um grupo mais homogéneo e com um elevado nível de exigência ao nível dos requisitos necessários para um atleta pertencer a este grupo. É possível que inclusivamente se opte por algum tipo de contrato entre a FPO e os atletas que garanta que serão cumpridos quer os deveres dos atletas quer os seus direitos perante a FPO.
De uma forma geral, apenas os atletas deste Grupo de Selecção terão acesso aos estágios e outros apoios dados pela FPO. Estes estágios e outros apoios serão divulgados no referido Projecto de Selecções e Formação de Jovens.
Os atletas de Alto Rendimento estão automaticamente seleccionados para o Grupo de Selecção.
Competições Internacionais
Está já garantido que Portugal, em 2011, estará representado pelo menos no WOC, JWOC, EYOC, TPL e Ibérico. Mediante o financiamento disponibilizado pelo IDP, irá ser considerada a participação também nas provas da Taça do Mundo.
O número de atletas a participar em cada competição irá ainda ser definido mediante o orçamento disponível e a análise qualitativa dos atletas em cada escalão em 2011 que será realizada pela CTOP.
As Provas de Selecção para as principais competições internacionais continuarão a ser organizadas em 2011 em moldes semelhantes a 2010.
Por fim quero dar os parabéns a todos os que, nestes primeiros dois meses de treino da época, não baixaram os braços e treinaram no duro mesmo com todas as incertezas que tinham sobre as Selecções Nacionais. Os resultados dessa dedicação começaram já a reflectir-se na forma que alguns atletas já revelaram na prova do passado fim-de-semana, mas darão os seus frutos principalmente quando chegar a hora da verdade nas competições internacionais.
Convido agora todos os que tenham questões ou queiram deixar sugestões ou críticas a fazê-lo aqui neste Fórum FPO (respondendo a este tópico) para que tanto as questões como as respostas possam ser partilhadas por todos os interessados.
António Aires
Director Técnico Nacional
Este tópico criado aqui no Fórum FPO tem como objectivo dar respostas a inúmeras questões que têm surgido da parte dos atletas relativas às Selecções Nacionais para 2011 (neste caso para a Orientação Pedestre).
Peço que não se deixem intimidar pela grande dimensão deste texto que vos escrevo. Leiam-no com atenção pois contém muita informação e questionem-nos em tudo o que tiverem dúvidas.
Começo por dizer que compreendo perfeitamente a vossa indignação, plenamente justificada, pelo silêncio que têm recebido da FPO na preparação da época 2011 para as Selecções Nacionais. O Projecto para as Selecções deveria, idealmente, ter sido divulgado durante o mês de Novembro de 2010, para que os atletas tivessem todas as informações necessárias sobre a nova época aquando do começo da sua preparação durante este mês de Novembro.
De seguida vou tentar ser o mais esclarecedor possível sobre o máximo de tópicos possível:
Orçamento disponível para as Selecções
Uma das razões para o atraso na definição da política para as Selecções em 2011 é o facto de ainda não termos um Plano de Actividades e Orçamento para 2011 aprovado. Como sabem, o financiamento disponível para as Selecções está bastante dependente do financiamento atribuído anualmente pelo IDP (Instituto de Desporto de Portugal), que por sua vez depende do pedido de financiamento que lhe é feito pela FPO todos os anos, baseado nas actividades definidas para as Selecções no Plano de Actividades (participação em competições internacionais, estágios, acompanhamento dos atletas, etc) e nos resultados da Orientação (medidos de diversas formas) dos anos transactos.
Sendo que, por um lado, existem algumas alterações na política de relacionamento e pedidos de financiamento da FPO para com o IDP e por outro que estamos em tempos de crise, existe muita incerteza sobre qual o montante disponível para o trabalho com as Selecções em 2011. Como este atraso se está a tornar incomportável no que aos atletas diz respeito, foi definido um orçamento mínimo disponível para o trabalho com as Selecções para 2011, que será depois complementado mediante o financiamento atribuído efectivamente pelo IDP para as Selecções.
Assim, mediante esta certeza, a Direcção Técnica Nacional está agora em condições para criar um plano de actividades básico para as Selecções e Formação de Jovens para 2011, que será produzido já com a Comissão Técnica para a Orientação Pedestre (CTOP), e que será divulgado no Projecto de Selecções e Formação de Jovens 2011 com todos os detalhes sobre as Selecções Nacionais e a Formação de Jovens para este ano (esperamos conseguir ter este documento pronto em cerca de duas semanas).
Técnicos/Treinadores das Selecções Nacionais
Outra questão fundamental e para a qual a actual Direcção está totalmente sensibilizada e onde se espera que exista realmente um maior grau de investimento é na área dos técnicos/treinadores das Selecções. Penso que, ao nível da Orientação Pedestre, é reconhecida por todos a elevada qualidade de técnicos que temos (embora em número algo reduzido). No entanto, o trabalho destes técnicos (que se reflectiu nos resultados obtidos por exemplo no EYOC 2010), apesar de altamente especializado e de enorme dispêndio de tempo) foi até agora maioritariamente de voluntariado e sem um enquadramento efectivo nas estruturas federativas, situação que se tornou incomportável. Logo, sendo os treinadores cruciais para se ter atletas de elevado nível, e sendo a sua função tão especializada, estamos a fazer um esforço para que se defina claramente esse enquadramento e as respectivas condições de trabalho.
Mediante este quadro, endereçámos um convite ao Prof. Bruno Nazário para ser novamente o responsável máximo pelas Selecções Nacionais de Orientação Pedestre em 2011, tendo ele já aceite essa função. Estamos agora em processo de convite para os restantes técnicos que constituirão a CTOP, principalmente ao nível da formação dos jovens e das Selecções Jovem, fulcrais no processo de desenvolvimento qualitativo da modalidade.
Alto Rendimento
O Alto Rendimento é outra peça fundamental em todo este puzzle. Existindo uma nova legislação (Decreto-Lei 272/2009, “Medidas de Apoio ao Desporto de Alto Rendimento”) de enquadramento destes atletas, toda a política para as Selecções Nacionais deve estar alinhada por esta legislação e pelos respectivos Despachos e Portarias (relativos às Bolsas, Ensino Superior, Seguros, etc).
Sendo este Decreto-Lei recente e alterando de forma drástica algumas das políticas de apoio ao Alto Rendimento (antes designado de Alta Competição), existia da nossa parte uma grande lacuna ao nível do conhecimento da legislação e das suas consequências práticas.
Assim, o primeiro passo a dar foi conhecer detalhadamente as regras que permitem que um atleta possa ser inscrito no registo de praticantes de Alto Rendimento. Neste momento a maior parte destas regras estão já claras, exceptuando uma situação que tem a ver com os resultados obtidos em competições de estafetas, pois o IDP não sabe se deverá considerar estes resultados à luz das regras para as modalidades individuais ou colectivas, pelo que pediu um parecer ao Secretário de Estado. No entanto, qualquer que seja a resposta, os resultados obtidos pelas estafetas de H16 e D18 no EYOC permitem sempre inscrever estes atletas no registo de Alto Rendimento.
Como tal, na Orientação Pedestre, temos já inscritos no registo de Alto Rendimento o Luis Silva e a Vera Alvarez, e (à espera do parecer do Secretário de Estado) a Joana Costa, Mariana Moreira, Isabel Sá, Miguel Ferreira e João Cascalho. Adicionando a estes atletas os três atletas da Orientação em BTT Davide Machado, Daniel Marques e Susana Pontes, faz com que a Orientação tenha 10 atletas inscritos no registo de Alto Rendimento, o que surpreendeu pela positiva os técnicos (e até o presidente) do IDP e nos aumenta bastante a possibilidade de nos ser aceite um contrato-programa específico para o Alto Rendimento o que aumentaria bastante o financiamento para as Selecções.
Regras de inclusão no registo de Alto Rendimento
O Alto Rendimento divide-se agora em níveis A, B e C. Em baixo deixo um resumo dos resultados que permitirão o acesso ao Alto Rendimento:
Nível A:
- Primeiros 8 classificados (desde que 1º terço da tabela) em WOC ou EOC;
- Primeiros 3 classificados (com um mínimo de 24 atletas) em JWOC ou EYOC (H/D18);
Nível B:
- Primeiro terço da tabela em WOC ou EOC;
- Primeiros 8 classificados (com um mínimo de 24 atletas) em JWOC ou EYOC (H/D18);
Nível C:
- Primeiros 8 classificados (com um mínimo de 20 atletas) em EYOC (H/D16);
Formação de Jovens
Está já assente que os OriJovens e os OriJuniores irão ter continuidade, estando inclusivamente já alguns deles calendarizados para 2011. No entanto, a planificação e organização destes estágios para jovens passarão a estar enquadrados pela mesma estrutura que será responsável pelas Selecções Nacionais (a CTOP), tendo como objectivo perspectivar um desenvolvimento sustentado e contínuo desde os Laranjinhas no OriJovem até aos atletas de Alto Rendimento.
O OriJunior continuará a ser organizado com elevado nível técnico, sendo por isso também um estágio direccionado para as Selecções Jovens.
Grupo de Selecção
Este grupo será bastante mais reduzido que em 2009 e 2010 (onde chegou a ter 50 atletas!), pretendendo-se com isto criar um grupo mais homogéneo e com um elevado nível de exigência ao nível dos requisitos necessários para um atleta pertencer a este grupo. É possível que inclusivamente se opte por algum tipo de contrato entre a FPO e os atletas que garanta que serão cumpridos quer os deveres dos atletas quer os seus direitos perante a FPO.
De uma forma geral, apenas os atletas deste Grupo de Selecção terão acesso aos estágios e outros apoios dados pela FPO. Estes estágios e outros apoios serão divulgados no referido Projecto de Selecções e Formação de Jovens.
Os atletas de Alto Rendimento estão automaticamente seleccionados para o Grupo de Selecção.
Competições Internacionais
Está já garantido que Portugal, em 2011, estará representado pelo menos no WOC, JWOC, EYOC, TPL e Ibérico. Mediante o financiamento disponibilizado pelo IDP, irá ser considerada a participação também nas provas da Taça do Mundo.
O número de atletas a participar em cada competição irá ainda ser definido mediante o orçamento disponível e a análise qualitativa dos atletas em cada escalão em 2011 que será realizada pela CTOP.
As Provas de Selecção para as principais competições internacionais continuarão a ser organizadas em 2011 em moldes semelhantes a 2010.
Por fim quero dar os parabéns a todos os que, nestes primeiros dois meses de treino da época, não baixaram os braços e treinaram no duro mesmo com todas as incertezas que tinham sobre as Selecções Nacionais. Os resultados dessa dedicação começaram já a reflectir-se na forma que alguns atletas já revelaram na prova do passado fim-de-semana, mas darão os seus frutos principalmente quando chegar a hora da verdade nas competições internacionais.
Convido agora todos os que tenham questões ou queiram deixar sugestões ou críticas a fazê-lo aqui neste Fórum FPO (respondendo a este tópico) para que tanto as questões como as respostas possam ser partilhadas por todos os interessados.
António Aires
Director Técnico Nacional