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Orientação, que futuro?!?
02-08-2011, 09:41 PM
Post: #1
Orientação, que futuro?!?
Pensei que a Orientação nunca chegasse ao nível da politica portuguesa, com as imagens que vemos na televisão de estar um politico a falar e os da oposição a rirem-se e mandarem bocas ou piadas. Esperava que isso nunca acontecesse, já que a Orientação não é um desporto profissional mas realmente aconteceu. Eu posso não concordar ou ter reservas em relação a certas ideias do orçamento e do plano apresentado mas o mais importante é procurar discuti-las e encontrar consenso.

Durante estes últimos meses e nesta assembleia houve situações que me deixaram preocupado:
- É estranho que na assembleia o presidente da FPO disse pelo menos duas vezes que tiveram que refazer as contas da FPO para escrever o orçamento a partir do zero, porque os dados da direcção anterior nunca foram passados à actual direcção. E sobre isto não houve ninguém que contradissesse, nem ninguém pôs tais afirmações em causa.
- É estranho que a pessoa da direcção anterior que tem responsabilidades nessa área, tenha sido a que mais energicamente pediu a demissão da actual direcção.
- É estranho que esta mesma pessoa tenha-se descaído na assembleia ao dizer que tinham chegado à pouco a acordo para uma futura lista. Pelos visto toda esta revolta têm afinal um objectivo, e não me parece que exista qualquer interesse em discutir soluções.
- Estou também curioso para perceber qual vai ser a futura lista e principalmente para saber qual vai ser a constituição do concelho fiscal.
- Desde do primeiro dia que esta direcção foi criticada. No entanto foi a única lista que se candidatou. Na minha opinião não faz sentido pedir a demissão passado apenas 4 meses. Será que essas pessoas pensam que a actual direcção esteve lá a brincar? Fazer um orçamento, a fazer planos estratégico em tão pouco tempo para depois abandonar a direcção? Parece-me um bocado desmotivante para alguém que pretenda fazer algo pela Orientação.

Para além disto tudo o que me realmente chocou e que nunca esperei ver foi a atitude de final da maioria da assembleia.
O Jorge Baltazar é uma das pessoas que mais deu à Orientação. Desde tecnicamente com a elaboração de mapas, como traçador de percursos com grande qualidade técnica, como supervisor, etc. Para além disso, tem sido um grande dinamizador da Orientação na Margem Sul, preterindo muitas vezes o ambiente familiar por um esforço de levar muitos jovens do concelho de Sesimbra a entrar para a orientação, conduzindo diversos treinos e organizando um grande número de provas. Tem feito um esforço notável desde à muito tempo, em prol da Orientação. Por isso não percebo porquê que os ditos "grandes senhores da Orientação" abandonam a sala quando o Jorge se encontrava a falar. Quando tiveram a criticar não vi ninguém abandonar a sala, mas quando é ao contrário, não souberam ouvir. É esta a nova Orientação que se pretende?

Acho que as provas de orientação têm cada vez mais qualidades. Exemplo foi esta prova de Gouveia que nos levou a sítios espectaculares e a um mapa de grande exigência técnica como à muito não tinha pela frente. Ou como foram as provas de inicio de época em Coruche e a ultra longa de S.Bartolomeu (que foi uma grande aposta para uma distância superior ao habitual), entre outras. Por isso pedia que acabassem com estas guerras e divisões e que se preocupassem com a Orientação em si.
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02-09-2011, 01:14 AM (This post was last modified: 02-09-2011 01:18 AM by pedro_dias.)
Post: #2
RE: Orientação, que futuro?!?
Caro RMarques
Senti-me na obrigação de vir aqui repor algumas verdades nas afirmações que faz. Percebo que deve estar mandatado para o efeito, mas corre o risco de incorrer em inverdades colocando em causa até a sua idoneidade.
Vou apenas cingir-me a duas situações que peremptoriamente afirma, com desconhecimento de causa, mas que facilmente poderia evitar se consultasse até o site da FPO

1- O orçamento que diz que ninguém passou para a nova Direcção, consta do site da FPO. Estão lá desde 2006. A Direcção anterior apesar dos ataques que sofreu nos vários posts pré-eleitoriais - entendeu nunca responder - e, mesmo assim, prontificou-se a esclarecer tudo o que foi solicitado e até em reunião presencial, fazendo a passagem do testemunho. Reunião que não estive presente porque também fui ameaçado pelo Sr. actual Presidente. Não posso tornar publico, foi um mail pessoal e ainda corro o risco de ser processado também!
Se a passagem não foi mais natural, ela foi provocada pelo Sr. Presidente na tal campanha difamatória. Como pessoas de bem, e com o registo de tudo, optámos pelo silêncio. Caro RMarques, por exemplo, se se sentir difamado com este post, de certeza que amanhã não me vai cumprimentar com um sorriso nos lábios, certo? Um "tás bom" provavelmente...
Se fossemos evocar todas as inverdades que o Sr. Presidente afirma, não faríamos nós outra coisa. Fazemos valer o mais importante, o nosso historial, caro RMarques. Temos um historial e uma credibilidade de seriedade na modalidade. Provavelmente nem todos podem dizer o mesmo...

O que o Sr. Presidente quer dizer é que o novo paradigma para ele implicou um corte com os orçamentos anteriores, pois com o que existiu era impossível estas megalomanias. Se calhar não percebeu isso, fica aqui o esclarecimento. Com tanto estudo académico para gráficos, não me diga que com 5 anos de orçamentos publicados e ainda com documentos extraídos do IDP o Presidente (com o qual baseou o seu brilhante estudo - não estou a ironizar) não tem todo o histórico orçamental?

2- Não cole a situação actual ao cargo que exerci anteriormente. Ao contrário do seu clube, RMarques, o clube que represento não tem qualquer dependência de apoios da FPO, seja para provas no continente, ou nas ilhas. Isto é de alguém dum clube independente que decidiu dar voz à indignação pela estagnação da modalidade e o autismo dos actuais dirigentes.

Finalmente, estamos de acordo numa situação. Tenho grande consideração pelo Jorge Baltazar e reconheço todo o trabalho dele em prol da modalidade. Ele sabe disso também. E a maioria das pessoas que estiveram na AG também o reconhecem. Porventura, foi por isso que houve a debandada: porque não colamos o Jorge Baltazar às declarações que fez. Foram 3 intervenções lamentáveis, uma para que fosse publico o sentido de voto dos representantes de orgãos (será por isso que quase todos se abstiveram?? Pois eu acho que a maioria votaria contra), uma para achincalhar um orgão de fiscalização e depois a ultima que levou ao abandono da assembleia.
Não me parece que fossem declarações que amenizassem uma situação que já estava muito quente. Não me parece que sejam declarações sentidos pelo Jorge.

Foram encomendadas? Como o seu unico voto? Como este post? Para contar espingardas? Caro RMarques, não estamos em guerra, somos tão poucos. Agora quem devia procurar o diálogo, teve 4 meses para o fazer e parece que só se lembrou disso na campanha pré-eleitoral e no primeiro mês devia ser o Sr. Presidente...certo?

Tenho um enorme respeito pelo Jorge, pelo Azoia. Sou também dos vossos lados e dão-me o prazer de praticar este desporto na nossa zona.

Por isso não há como personalizar as coisas, ok?

Não vou voltar aqui a este forum (este post já vai longo), mesmo que evoquem novamente a minha pessoa. Espero que se sinta(m) esclarecido(s) e aguardemos então por novas notícias, pois a modalidade não pode esperar muito mais.

Pedro Dias

Pedro Dias
FPO 2261
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02-09-2011, 11:21 AM
Post: #3
RE: Orientação, que futuro?!?
Caro RMarques,

Relativamente ao tema em apreço, teve oportunidade de se pronunciar na AG do passado dia 5/Fev. tal como todos os outros Delegados, neste caso defendendo aquilo a que se chamou um novo "paradigma orçamental" e um trabalho de "base zero". Não o fez e devia tê-lo efectuado, para que as suas dúvidas (se é que existem dado que o documento é claro e objectivo) fossem dissipadas.

Convém esclarecer, que algumas das pessoas envolvidas em todo o processo em causa têm dezenas de anos de experiência profissional nas matérias em apreço e especificamente em temas contabilistico-financeiros, como o que esteve em causa. E, como ficou cabalmente demonstrado, as questões levantadas são legítimas e não foram em nenhum momento rebatidas. Aliás, em caso de envolvimento directo do IDP nesta matéria, poderá estar em risco o estatuto de utilidade pública desportiva da própria FPO, coisa que quisemos e queremos a qualquer custo evitar.

O paradigma orçamental já foi há muito inventado, tal como a “contabilidade criativa", sendo que estes dois paradigmas caminham normalmente juntos. E o que esteve em causa nas duas AG realizadas para discutir o Plano de Actividades e Orçamento foi isto mesmo, um exercício arcaico de contabilidade criativa (com prejuízo como se deve calcular para a modalidade), visando em última análise majorar artificialmente receitas com actividades que se encontram financeiramente equilibradas e com o intuito de, em última análise, iludir o Estado. As razões para tal ter sido efectuado desconhecemos de momento, mas a seu tempo lá chegaremos.

Quanto à "base zero", trata-se de um tema muito popular actualmente e quer dizer basicamente crescimento zero nas despesas, dado que o histórico sempre existiu por obrigatoriedade das normas contabilísticas. Portanto, também aqui se reparou que se utilizam conceitos sem saber o que eles significam sequer. Mas a ofensa e a colocação em causa do bom nome das pessoas e da sua dignidade profissional, injustificadamente e sem qualquer sustentação técnica, foi efectuada e será tratada nos locais próprios e naquele que eu considerar ser o momento adequado para o efectuar. Mas na AG apenas nos debruçámos sobre aquilo que era fundamental e não no acessório, como terá tido oportunidade de aferir.

Chegámos, assim, a este impasse única e exclusivamente por responsabilidade de um grupo de pessoas que não atendeu a nenhuma das indicações que lhe foram sido dadas (e se os orgãos próprios não servem para nada então porque será que a lei nos obriga a termos tais orgãos?) e seguiram por um caminho contrário à vontade da larga maioria dos Delegados, tal como ficou cabalmente demonstrado. Assim sendo, se pretende encontrar responsáveis que tal começar por questionar as razões para tamanha precipitação e urgência nas opções tomadas.

Por último quanto aos dados e à sua qualidade, não existiu nenhum problema por parte dos elementos do Conselho Fiscal no entendimento dos dados existentes a Setembro/2010. Porventura, poderemos não estar de acordo com tudo, mas tal não significa que estejam mal.

Cumprimentos,
Leandro Silva
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02-12-2011, 01:09 PM
Post: #4
RE: Orientação, que futuro?!?
Bom Dia,
Eu não pretendo entrar em confronto de ideias porque sinceramente estou cansado. Confesso que o clima existente nestes últimos tempos me desanimam. Nem tenho vontade de escrever ou de ler no fórum ou blogs. Começo a querer apenas praticar orientação e não saber de mais nada.

Pedro,
com certeza que percebeste que não referia ao orçamento, mas sim à pasta. Os motivos não sei, só sei que ficaram por rebater. Ao contrário do que o Leandro diz, eu foquei este assunto no ultimo ponto da agenda.
A respeito da linha em que dizes "A Direcção anterior apesar dos ataques que sofreu nos vários posts pré-eleitoriais - entendeu nunca responder -", à muito que a anterior direcção não respondia. Juntando ao facto do abandono da sala quando foram feitas as criticas pelo JB, revela uma atitude um bocado de desrespeito. Pessoalmente não é com o silêncio ou o virar das costas é que se resolve as coisas, tal como não é com ataques fortuitos que se consegue alcançar alguma coisa.

Gostava de deixar mais três observações:
1) A mesa de assembleia foi exemplar, foi a única que procurou com grande imparcialidade arranjar soluções para os problemas.
Primeiro José Carlos Pires quando propõe que os valores das inscrições permaneça do lados dos clubes e que o valor majorado caso viesse a existir fosse entregue depois (penso que foi algo dentro desta linha de pensamento). Depois foi o Nuno Pedro a sugerir que as contas da federação fossem explicadas em assembleia trimestralmente. A própria direcção propôs apresentar um orçamento rectificativo caso o IDP recusasse as verbas pretendidas. No entanto não serviu de nada, o destino já traçado pela "oposição" já estava definido. O que quero dizer é que não houve interesse em procurar soluções.

2) Em relação aos blogs e afins confesso que quando vi no Orientovar o anuncio de alguns fiquei curioso mas após o segundo desisti porque achei que quem lá escrevia apenas se preocupava com o seu umbigo e não com a Orientação e que não traziam nada de novo. Os grandes atletas não se fazem só pelo número de horas de treino, mas pelo contributo que dão para a Orientação quer em trabalho quer com ideias construtivas. E bons exemplos são o Tiago Aires que criou um núcleo de orientação na Gafanhoeira com grande sucesso e o Paulo Franco pelo seu trabalho no Oasis, entre outros.

3) Não queria colocar estar a tocar neste ponto da Aventura para não estar a estimular mais "faíscas" mas o post do Luis Sérgio no seu blog (http://maisumdesterro.blogspot.com/2011/...?spref=fb) estimulou-me a acrescentar mais este comentário.
Eu estou-me pouco "borrifando" para o facto de CA ser orientação ou não, o que interessa é que as CA, têm mapas, utilizam bússola e por isso utilizam a Orientação. O que acho que muitos não percebem, é que quanto mais restrita a FPO ficar mais conflitos de calendários vai haver. Se o CA e o OBTT saíssem da FPO, a maioria das pessoas iria participar em Ori Pedestre, mas havia sempre uma percentagem que iria optar por outras modalidades e iria "roubar" algumas participações à pedestre. A orientação pedestre não consegue ter provas todos os fins de semana, porquê não rentabilizar o restante tempo e criar outros aliciantes?
Quanto a questão de distribuição de dinheiros basta analisar o número de atletas, se a média dá 600 atletas na pedestre, 300 na BTT e 100 na CA, penso que o orçamento deve ser dividido em 60% + 30% + 10%, respectivamente. E isso pode ser discutido numa assembleia. O importante é a FPO ter muitos atletas federados pois só assim pode ser uma federação com mais apoios.
A OBTT veio trazer para a orientação muitos atletas do BTT, só pela orientação pedestre eles nunca viriam. Aos poucos trazem familiares a explorar outras vertentes da orientação. As CA assenta no mesmo perfil. Em Espanha existem provas de Aventura com mais de 80 equipas e muitas desconhecem a orientação. Mas mais tarde ou mais cedo o conhecimento da orientação pedestre há-de lhes chegar e serão mais atletas nas provas.

Por isso vamos unir esforços, discutir ideias e levar a Orientação para a frente!
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