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Ori-Futuro - Onde queremos que a Orientação esteja em 2020 ?!?
08-21-2010, 03:08 PM (This post was last modified: 08-23-2010 12:50 PM by alix.)
Post: #21
Sabiam que o Financiamento Publico depende das flutuações do jogo???
Olá a todosHeart,
Lanço um particular cumprimento para o Rui e para o Fábio pelas suas contribuição para esta discussão e sobretudo por lançarem o seu olhar para novas questões que ainda não tive oportunidade de abordar mas que são de facto muito relevantes e oportunas. Fica registado o meu agradecimento e a promessa de lá regressarmos mais à frente.

Posto isto, continuaremos com a análise do financiamento publico que corresponde a cerca de metade do Orçamento anual da FPO. Assim após ter criado o gráfico das rubricas de financiamento público várias dúvidas me assaltaram, nomeadamente quais as razões para a sazonalidade de algumas rubricas e para o comportamento algo errático que apresentam ao logo dos anos. Por isso, aceitei humildemente que não percebia e pedi ajuda a um "amigo" de longa data técnico superior nestas coisas do "Desporto".....

E claro, que a resposta foi clara como a água, os dinheiros do IDP estão ligados ao JOGO (Totobola, Totoloto e recentemente Euromilhões). Por isso, as flutuações tem estado associadas à entrada em cena das várias modalidades em voga do jogo (quando os dinheiros do Totobola caíram, veio o Totoloto e criou um maná temporário e quando o Totoloto caiu, veio o Euromilhões e criou-se o actual estado de aparente "graça" desta Administração. Mas inevitavelmente, o ciclo irá repetir-se com uma nova depressão nas receitas e um novo período de vacas magras, bastará só estar atento à evolução das receitas do jogo para compreender o que se irá passar no ano seguinte.....

A realidade dos números mostra que as rubricas das quais a Orientação têm sido contemplada ao longo dos últimos anos só inclui uma das rubricas de financiamento principais do IDP - [u]O Desenvolvimento da Prática Desportiva (DPD) que em média tem valido cerca de 59% do financiamento concedido (os mínimos ocorreram em 2007 e 2008 cerca de 52% e o máximo ocorreu em 1998). A outra rubrica principal que é a Alta Competição e Selecções Nacionais (ACSN) que vale em média 28% (mínimo 24% em 2005 e máximo 33% em 1996) tem sido sistematicamente ignorada.

[Image: AC-IDP_EstruturaFinanciamento-Federacoes.jpeg]

A importância relativa de ambas as rubricas tende a manter-se praticamente inalterada com o DPD a diminuir ligeiramente a sua importância (-0,8% ao ano) e as selecções aumentarem à taxa de 0,1%/ano. As outras rubricas, das quais já fomos contemplados foram as dos Eventos Desportivos Internacionais (EDI), do Apetrechamento, da Formação de Recursos Humanos (FRH) e do Enquadramento Técnico (ET).
Da observação do gráfico resulta evidente que estas rubricas tem flutuações significativas que correspondem ao facto de haver maior ou menor disponibilidade financeira ou à mudança de programa (interesses) dos responsáveis pelo IDP (quatro no período em análise - Vasco Lince, Manuel Brito, José Manuel Constantino e Luís Sardinha).
No entanto, feitas as respectivas contas (regressões lineares) verifica-se que o andamento médio é quase constante com a rubrica EDI a valer cerca de 5% do financiamento disponibilizado com ligeira tendência de redução (0,1%/ano), a rubricas da FRH e ET a valerem 3% cada uma e com andamentos diferentes (crescimento para o ET de 0,85%/ano e redução da formação em 0,06%/ano).
As rubricas de investimento (Apetrechamento e Apoio às Sedes Sociais são as que valem menos, 2% e 1% respectivamente e tem taxas de evolução contrarias - Apetrechamento tem subido a cerca de 0,18% (com um máximo em 2006) e as sedes sociais decrescido a 0,17% - aliás esta rubrica aparentemente deixou de existir apartir de 2006...??)

Desta informação resulta evidente que os grandes "bolos" de financiamento estão no Desenvolvimento da Prática Desportiva e no apoio à Alta Competição e às Selecções Nacionais. O bolo dos Eventos Desportivos Internacionais é menor mas bastante apetitoso, tanto que tem sido nos últimos anos sistematicamente comido por "outsiders" provenientes do Desporto Automóvel (ACP, Autódromo do Algarve, Circuito do Porto, etc.).
Restam as rubrica mais pequenas e oscilantes que tem nas dotações de recursos humanos - enquadramento técnico e formação as rubricas mais interessantes (a formação de treinadores é um dos programas bandeira desta administração) pois as rubricas de investimento são diminutas (3%) face ao restante apoio público.

E a FPO como é que tem captado estes recursos? Quais tem sido as apostas estratégicas ao longo dos anos???

Isso ficará para o próximo post que espero consiga terminar ainda HOJE, WinkWinkWinkWink

Alexandre
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08-23-2010, 07:52 PM (This post was last modified: 08-23-2010 10:31 PM by alix.)
Post: #22
E que a FPO não tem tido "jeito" nenhum no jogo do Financiamento Publico????
Olá a todosHeart,

Este, até agora, foi o artigo (POST) mais difícil de concretizar. Primeiro porque foi difícil compreender e digerir toda a informação e depois porque foi muito trabalhoso compreender o seu real enquadramento. No entanto, o esforço deu resultado e consegui constituir uma base de dados completa dos contratos programa do IDP em 2010, eventualmente a única existente para além da dos próprios serviços do IDP WinkWinkWink.

Primeira grande conclusão deste estudo às rubricas do Financiamento Público da Orientação:
- A FPO, sistematicamente, não faz trabalho de casa e limita-se a aceitar o que o IDP lhe resolve dar em cada ano !!!! (há uma desvalorização sistemática do crescimento da modalidade no financiamento concedido e um copiar da pratica orçamental anterior sem a sua devida adequação à realidade da modalidade - inflação e nº de praticantes são sistematicamente desprezados)

A segunda conclusão é:
- A FPO não propõe, não constrói e/ou não exige??? que a sua proposta de financiamento publico seja considerada por rubricas independentes (contratos separados) e insiste num modelo de contrato único que só nos prejudica !!! (aqui estamos ao nível da Petanca, do Aeromodelismo, do Karaté ...e fomos completamente ultrapassados pelo Surf, pelo Golfe, pelo Triatlo....)

A terceira conclusão é:
- A FPO não propõe??? para financiamento todas as suas provas internacionais, penalizando desnecessariamente as suas organizações!!!! (É confrangedor ver os apoios concedidos a outras federações em inúmeros eventos que de "Mundial" e "Europeu", só tem o nome e a atribuição de pontos de ranking internacional para os atletas nacionais - e os nossos Campeonatos Ibéricos (Espanha é o nosso maior mercado de turistas), e os nossos WRE's e as nossos 5 Dias na Praia .....)

A quarta conclusão e ultima, e quiçá a mais impactante de todas:
- a FPO despreza sistematicamente a quantificação e contabilização de dois dos seus MAIORES ACTIVOS que são:
- o TRABALHO VOLUNTÁRIO dos seus atletas, dirigentes e simpatizantes;
- a PRESTAÇÃO de ACTIVIDADE FÍSICA DESPORTIVA aos participantes eventuais (não regulares) das nossas iniciativas.


NOTA: - voltarei a estes dois últimos temas - Voluntariado e Classes de Iniciação/Formação porque de facto, a culpa é da nossa total ignorância legal, e não só, no tratamento a dar a estes assuntos críticos do desenvolvimento da Orientação.


Debrucemos-nos agora sobre o gráfico da evolução do financiamento publico à Orientação de 1996 a 2010 (com os valores actualizados a preços de 2008 e normalizado pelo nº de atletas).

[Image: Orientacao_Evolucao_Financiamento_Public...-2010.jpeg]

Como anteriormente referido a tendência do financiamento publico à Orientação tem sido decrescente (incluindo 2009 e 2010 a taxa é de - 11,5 €/ano*atleta). Essa evolução é bem patente no andamento da curva correspondente à FPO-Total (quadrados azuis). Verifica-se também que o andamento desta curva é influenciado decisivamente pela rubrica do Desenvolvimento da Pratica Desportiva (DPD) que tem desde há uns anos ??? incluído uma verba para as Selecções Nacionais reduzindo ainda mais a verba do DPD. Do andamento da curva verificamos que o período de maior queda do financiamento ocorreu entre 1999 e 2002 e que de lá para a frente o andamento tem estabilizado de forma oscilante em torno dos 49 €/atleta. Como será natural prever esta verba que inclui, no nosso caso, as selecções nacionais tem condicionado fortemente a capacidade da FPO de promover o Desenvolvimento da Orientação e das Corridas de Aventura. De facto, a incapacidade notória da FPO em responder às solicitações externas é confrangedora e gera o desinteresse dos promotores, sobretudo das escolas e das autarquias .... os dois pilares principais do nosso desenvolvimento !!??

A FPO tem tido no Enquadramento Técnico uma das rubricas mais mal tratadas ou menos exigidas à tutela. O ET só apareceu explicitamente uma única vez em 2004 e mesmo assim só nos foi concedido um técnico a meio tempo para as CA (conforme referido à época). Aconteceu mais tarde também de forma esporádica e ao abrigo de um programa de modernização administrativa que não teve seguimento.

A nível do Apetrechamento denota-se um esforço crescente apartir de 2002 e que culminou num máximo em 2007 (o valor médio deste esforço cifrou-se nos 9,7 €/atleta*ano e a sua taxa de crescimento foi de 4,51 €/por/atleta*ano) e aparentemente terminou sem deixar qualquer continuidade para 2008 e seguintes...???

O apoio aos Eventos Desportivos Internacionais (EDI) teve um pico extraordinário em 2000 (Congresso do Centenário da IOF em Sintra) mas tem sido genericamente diminuto face aquilo que tem sido a evolução da internacionalização do nosso pais como palco de eventos. É tão ridículo o valor que nos tem sido atribuído face ao que temos produzido de receita e de notoriedade para o País que se torna até confrangedor referir este assunto. De qualquer forma, nós também não temos sabido aproveitar as oportunidades e construir as candidaturas a este importante programa de financiamento do IDP (caso flagrantes foram o WMOC 2008, o ARWC 2009 e agora o WOC/ JOCMTB 2009 - neste ultimo o valor orçamentado foi muito aquém do real com consequências claras no valor obtido).

Para o final reservo a rubrica correspondente à Formação de Recursos Humanos (FRH). Esta rubrica tem sido a 2ª mais importante do apoio à FPO mas tem decrescido ao longo do tempo a uma taxa de -1,81 €/atleta*ano para desaparecer apartir de 2008??? Será que alguém sabe porque???

É que apesar de ser uma verba modesta de cerca de 15,0 € /atleta*ano, ela foi imprescindível para a formação dos nossos atletas/técnicos/voluntários e é seguramente a principal responsável pela qualidade da nossa actual prática desportiva e organizativa.

Será que nos podemos dar ao luxo de perder as verbas da formação??? E qual será o preço que iremos pagar no futuro por isso???
Dito isto, importa referir que não só é imperioso continuar a formar os nossos técnicos e atletas como importa repensar toda a lógica da formação e centra-la no nosso futuro que são os novos praticantes - Jovens ou adultos ou quiçá deficientes e idosos, aos quais normalmente não prestamos qualquer atenção.

Demonstradas que estão as nossas fragilidades face ao financiamento publico importa aprender com a lição e sobretudo saber usar esta informação agora produzida para exigir o respeito que nos é devido e que se tem perdido ao longo desta década e meia de vida Orientista .... Amanhã há mais novidades sobre a forma como governamos os dinheiros que são colocados ao nosso dispor...

AlexandreCool
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08-24-2010, 07:51 PM
Post: #23
Sabia que, aos olhos do IDP, somos muito bem tratados e "enigmáticos"!!!!
Olá a todosAngel,

Ficaram perplexos com o titulo do POST Huh!!!! Pois então, imaginem a minha surpresa Confused quando fiz o exercício de me colocar do lado do IDP e olhar para os relatórios da Orientação (FPO neste caso).

A grande surpresa decorre da simples observação do gráfico da evolução da taxa de cobertura pelo IDP dos custos de Desenvolvimento da Prática Desportiva (DPD) da Orientação em Portugal.

[Image: Evolucao_Programa1-DPD-FPO-2006_09.jpeg]

Verifica-se um crescimento anual da taxa de cobertura do IDP às grandes rubricas de despesa da Orientação +6,2%/ano ao Desenvolvimento da Actividade Desportiva (DAD) e +4,7%/ano às Selecções Nacionais (SN). Em relação aos custos estruturais da FPO verifica-se uma quase estagnação (+0,3% de crescimento anual) que no entanto não impede que o financiamento do IDP tenha crescido à taxa de 2,78% ano.

Em termos reais o IDP suportou em média entre 2006 e 2009, 37,6 % dos custos de gestão da FPO (OGF), 58,2% dos custos do Desenvolvimento da Actividade Desportiva (DAD) e 47,2% dos custos das Selecções Nacionais (SN) ou seja, na prática para o IDP considera que financia 45% da actividade da Orientação em Portugal, o que comparativamente com outras modalidades desportivas nos coloca numa posição muito privilegiada!!!! e com muito pouca ou nenhuma margem negocial face ao IDP ......

Será que a FPO acredita mesmo nestes números que envia sistematicamente para o IDP??? É que, pelo que escrevem e dizem, não é essa a mensagem que passam???? Então o que é que está mal nisto tudo??!!

Pois é, isso a FPO não diz a ninguém, muito menos ao IDP a quem não dá "nenhuma" confiança!!! É um segredo fechado a 7 chaves e que só nos pode fazer "corar" de vergonha (lembram-se da "bucha" que pregamos ao IDP, pois então preparem-se que esta é muito MAIOR)!!!!!

Então, e que segredo é este, que nos últimos anos, tem condicionado totalmente a percepção que a Administração Publica Desportiva tem de nós em enquanto modalidade desportiva!!!! Simples, a FPO diz ao IDP, de forma sistemática, que os Quadros Competitivos Nacionais custam em média por dia de prova - 546 € - à Orientação ????

Tem inclusive dito, estes anos todos (2006-2009) que os Campeonatos Nacionais Absolutos Pedestres são orçamentados em cerca de 10 900,00 € e que, só se gastam 1 200,00 € (pouco mais de dez por cento do orçamentado - somos os Campeões Mundiais da Poupança, melhor que nós só o Socrat...).....

Quanto é que a FPO irá dizer ao IDP que custou a prova deste ano em Sesimbra???? É que a organização garante que os custos foram superiores a mais de 15 000,00 € !!!!! (são uns gastadores estes "moços" do AzoiaWinkWinkWink).

Enfim, andamos a enganar o IDP estes anos todos e a convence-los que se estavam a portar bem connosco e a ajudar a sério??? É que aos olhos deles qualquer reclamação nossa só pode ser por "birra" ou pelo vão exercício de reclamar, pois no fundo deveríamos estar satisfeitos com o "maná" que eles nos proporcionam.

Qual foi a estratégia dos dirigentes da FPO??? O que é que tinham em mente para nos apresentarem como a modalidade mais "barata" do País???? E porque é que se esqueceram de dizer que estes custos que apresentavam para o DAD não eram os reais, mas sim uma ínfima parte dos custos que os Orientistas (Atletas e clubes) tem para realizar a sua actividade desportiva nos quadros competitivos da FPO.

Tenho para mim que, mais do que aselhice pura, isto foi uma falta de consideração total pelos atletas, pelos clubes e em ultima análise pela Orientação e é uma herança pesada que urge desmontar rapidamente. O IDP e a Administração Pública Desportiva têm de ser confrontados com os números reais e compreender que em vez de financiar a 45% a Orientação só o fazem a pouco mais de 5% dos custos reais do DPD.

Depois disto será que ainda há mais?? Infelizmente para a Orientação esta é uma novela sem fim ... ainda .... à vista .....Cool

Um enorme abraço do
Alexandre

Anexos:
Quadro resumo das rubricas de financiamento consideradas pelo IDP para o DPD da Orientação de 2006 a 2009.
[Image: Tabela_DPD-FPO06-09.jpeg]
1.1 - OGF, 1.2B - Organização de Quadros Competitivos Nacionais, 1.2C - Apoios a Clubes, 1.2D - Apoio às deslocações de Clubes ao Estrangeiro, 1.3 - Projecto Inovador do DPD Juvenil, 1.4 - SN, 1.5 - Dirigentes em Organismos Internacionais.

Extracto do Quadro B.1 extraído do Relatório Final do Programa 1-DPD 2009 da FPO.
[Image: Extracto_FPO_Relatorio_P1_DPD_2009.jpeg]
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08-25-2010, 12:25 AM (This post was last modified: 08-25-2010 12:26 AM by nuno_leite.)
Post: #24
RE: Ori-Futuro - Onde queremos que a Orientação esteja em 2020 ?!?
Ora, os 6 dias de provas que o Ori-Estarreja organizou esta época pontuáveis para rankings só custaram 3276€?
Ui como isso era tão bom!
Isso não chega nem para metade do investimento em mapas!
E note-se que não é um valor que chegue ao clube directamente como apoio específico às provas!
Sim, porque quem assume a organização de um evento, por exemplo de uma Taça de Portugal, está a assumir à partida uma despesa de milhares de euros que depois vai espernear por tudo
o que é canto na esperança de dar um lucrozito!
Pois se eles acham que nos pagam metade das despesas, obviamente não nos dão mais!
Duas palavras:
BRU TAL!
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08-25-2010, 05:34 PM (This post was last modified: 08-25-2010 05:39 PM by alix.)
Post: #25
Sabia que nós tratamos mal quem nos quer ajudar….
Olá a todosHeart,

O tema do VOLUNTARIADO é um dos mais mal tratados e ignorados pela FPO, e porque? quando representa mais de 99% da força de trabalho da modalidade!!!! Basicamente porque é mal compreendido por todas as partes e sobretudo pouco "valorizado" pelos dirigentes, espantosamente também eles voluntários !!! É caso para dizer "em casa de ferreiro espeto de pau"….

Saberá a FPO (ou os seus dirigente) que há desde 1998 uma lei de bases do Voluntariado que protege as organizações e os voluntários !!! Sabem que a regulamentação dessa lei define um regime de protecção cível das organizações face às ocorrências da actividade dos voluntários. E ainda que prescreve um valor máximo de 40 horas anuais de dispensa de trabalho para acções de voluntariado tanto para funcionários públicos como para privados.

Pois é, não sabiam mas ficaram de certeza surpreendidos com a noticia. É que os mais de 100 voluntários de Montalegre poderiam ter estado devidamente assegurados e não necessitavam de tirar uma semana de férias bastava uma simples requisição feita pela FPO de voluntários devidamente registados no Conselho Nacional para a promoção do Voluntariado ao abrigo do Dec. Lei 389-99 ….. Parece simples e de facto é!!!

Para além disso a FPO deveria mostrar de forma evidente a "força" que o trabalho voluntário representa na modalidade. Devia quantificar horas de trabalho e especialidades e se se quisessem dar ao trabalho quantificar isso com os mais recentes estudos e práticas desenvolvidas a nível europeu.

Mas não, isso dá com certeza muito trabalho e a FPO não tem meios para se meter nisso!!!! Errado, não dá trabalho nenhum e há em Portugal organizações com milhares de voluntários registados e devidamente enquadrados e protegidos - Cruz Vermelha, AMI, Liga Portuguesa Contra o Cancro…..

Será que a partir de hoje a Orientação passará a olhar doutra forma para este assunto que considero critico para o nosso desenvolvimento???

Amanhã teremos mais números, espero!!!

Boa tarde, boa praiaTongueSmile,

Alexandre
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08-26-2010, 04:47 PM
Post: #26
Stor, só erramos 2000% no cálculo dos valores, será que faz mal ??!!
Olá a todosAngel,

Para concluir a análise dos números relativos ao financiamento e utilizando as equações fundamentais da Orientação (modelo linear):

- para a evolução do nº filiados (y= 148,93*(x-1995)+ 519,38) (x=ano de calendário) e,

- para a evolução do financiamento publico (IDP) por filiado (y= -11,17*(x-1995)+188,64) chegamos à conclusão que a FPO (a custos de 2008) receberá em 2020 do IDP, cerca de 89 230,00 €.

Ou seja, a FPO se não fizer nada receberá em 2020 menos 37% da media do financiamento anual, abaixo mesmo que o mínimo histórico de 2003 que foi de 93, 704 € (atenção que todos os custos históricos são reportados a 2008 para efeitos de comparação).

Ou seja, a Orientação vai no mau caminho em relação à sua principal fonte de financiamento e têm que, com a máxima urgência, demonstrar ao IDP o nosso quadro REAL de desenvolvimento desportivo e os fortíssimos constrangimentos que o actual sub-financiamento REAL (que não o declarado pela FPO) impõe ao crescimento da modalidade.

Um simples exercício de projecção de custos permite concluir que, em media em 2008, para cada evento de 2 dias (Ped, BTT e CA) o custo geral é de cerca de 12 000,00 €. Para eventos de um dia devemos considerar 7 500,00 dia e para eventos de 4 dias podemos considerar cerca de 20 000, 00 €.

Para quantificarmos a colaboração Voluntária, que em regra é 100% da mão de obra consumida nos eventos (desconta-se naturalmente os funcionários municipais, policia municipal, bombeiros, etc que são normalmente disponibilizados pelas autarquias como apoio ao evento), podemos considerar por evento de 2 dias que são consumidas 1524 H/h (Horas/homem) distribuídas da seguinte forma:
- 300 H/h em Direcção e Coordenação do Projecto (3 pessoas* 10 horas semana*10 semanas) (5º escalão - 3*SMN);
- 480 H/h em Trabalho Técnico Especializado (4 pessoas*15 horas* 8 semanas) (4º escalão - 2,5*SMN)
- 384 H/h em Trabalho Técnico (12 pessoas* 16 horas *2 semanas) (2º escalão - 1,5*SMN),
- 360 H/h em Tarefas de Apoio (20 pessoas* 18 horas*1 semana) (1º escalão - SMN).

Nota: Os vários escalões utilizados estão descritos no Art.º36 do DL nº40/89 e aplicam-se ao Voluntariado para efeitos de contribuição facultativa para a Segurança Social

Considerando que em 2008 o SMN foi de 426,00€/mês para um total de 158 H mensais (2,7 €/H) temos para valor da contribuição dos Voluntários para uma prova tipo de 2 dias o montante de 8200,00 €. Aplicando a mesma proporção apura-se o valor de 5125,00 € de contribuição para uma prova de 1 dia e cerca de 13 600,00€ para uma prova de 4 dias (POM).

Ou seja, aplicando estes valores e considerando o valor declarado pela FPO - 546,00 €/dia - como um custo marginal adicional dos eventos (supervisor, SI, etc.) chegamos a um valor médio diário de - 10 646,00 €/dia - para o quadro competitivo da Orientação que é só 20 vezes o valor declarado pela FPO ao IDP !!!!! É obra e deixa-nos a todos muito mal vistos na "fotografia".

[Image: AnalisePrograma1-DPD_Corrigido.jpeg]

Rectificando os gráficos à luz desta nova realidade verificamos que, de facto, os sinais que fomos paulatinamente enviando OFICIALMENTE para o IDP criaram uma realidade absolutamente distorcida da Orientação com a desnecessária penalização de todos os agentes da modalidade. Na realidade o IDP só tem financiado em média 4,3 % do DAD e 8,4 % do DPD da Orientação o que nos coloca no final da tabela dos apoios do IDP em vez do pelotão da frente em que erradamente as várias direcções da FPO nos têm levianamente colocado.

Era bom, que apresentado este modelo de cálculo o mesmo fosse AFINADO pelos principais actores da Orientação de modo a que possamos construir as bases de uma nova realidade que temos OBRIGATORIAMENTE que divulgar à tutela.

Para amanhã fica prometido o fim deste capitulo do financiamento olhando para as fontes inexploradas do financiamento publico e do "deserto" que tem sido o financiamento privado, vulgo "patrocínios" TongueBig GrinCool!!!...

Alexandre
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08-27-2010, 03:41 PM
Post: #27
Sabe que quem financia a Orientação a mais de 94% são os praticantes????
Olá a todosCool,

Onde pára o dinheiro???? Como é que podemos canalizar mais fundos para a Orientação??? E em tempo de crise como é que nos resguardamos???

Mas antes de responder a estas questões importa ainda compreender completamente a estrutura de custos da modalidade. Já vimos que 50% do dinheiro que a FPO recebe vem do JOGO via IDP e já percebemos que isso corresponde grosso modo a menos de 5% dos Custos Gerais de Organização da Modalidade. Falta ainda calcular uma fatia importante dos custos da Orientação que vem sendo sistematicamente suportada pelos atletas e seus clubes e que são os custos de participação.

O "núcleo duro" da participação normal nas provas de Orientação (sobretudo Pedestre) é do tipo "grupo familiar" e assenta num agregado familiar de 3 pessoas (lembram-se do objectivo da AP em relação à promoção do "desporto em família").
Se considerar-mos que essa família compete para se classificar em rankings tem pelo menos de cumprir 70% dos percursos o que representou na época 2007/2008 para a TP Pedestre (16 dias de prova), TFPO N(15 dias de prova), TFPO S (11 dias), TP O-BTT (11 dias) e TPCA (8 dias).

Suponhamos que só competiu isoladamente numa das disciplinas (o que é muito conservador pois normalmente há sobreposição de disciplinas) e que o fez pelo mínimo necessário para classificação.

Ranking TP Pedestre - 1 680,00 €/familia, 560,00 €/atleta ; Ranking N Pedestre - 1368,00 €/familia, 456,00 €/atleta ; Ranking S Pedestre - 1026,00€/familia, 342,00€/atleta
Ranking TP O-BTT - 1 260,00 €/familia, 420,00 €/atleta; Ranking TP CA - 840,00 €/familia, 280,00 €/atleta.

Indicadores (TP Pedestre, O-BTT e CA): 210 €/ (familia*prova), 35 €(atleta*dia); Norte/Sul Pedestre: 171 €/ (familia*prova), 28,5 €(atleta*dia)

Dados estimados para o calculo-
Distancia média do local de prova (TP) - 150 km por dia (normalmente 300km ida e volta), Custo por km (0,39 €/km)
Distancia média do local de prova (T FPO Norte/Sul) - 100 km por dia (normalmente 200km ida e volta), Custo por km (0,39 €/km)
Nº Refeições principais - (Jantar de Sabádo e Almoço de Domingo), Custo por refeição (7 €/pessoa)
Nº Refeições volantes - (Almoço Sábado e Peq. Almoço Domingo), Custo por refeição (2,5€/pessoa)
Nº de Pernoita em Albergue Juventude - (Noite de Sábado), (12€/pessoa)

Então e qual é o custo estimado global da Participação nos Rankings das Taça de Portugal e FPO? Simples basta utilizar estes indicadores e multiplica-los pelo nº de atletas inscritos nos respectivos rankings e chegamos a um numero próximo de um milhão de Euros (1 000 000,00 €). Em percentagem, a estimativa aponta para 75% do valor ser gasto na disciplina Pedestre, 15% na disciplina de Ori-BTT e 10% para as Corridas de Aventura. Na disciplina Pedestre a preponderância vai para a TP que consome mais de 50% dos custos totais.

Se adicionarmos este custo de participação aos custos de organização (113 dias de competição em 2008) chegamos a um valor de 2 200 000,00 € para os custos anuais do calendário competitivo da orientação, ou seja cerca de 19 500,00 €/ dia (mais de 35 vezes o valor declarado pela FPO).

Como já reparam o dinheiro que financia a Orientação sai quase integralmente dos bolsos dos praticantes e das parcas receitas que os clubes geram organizando eventos (são raras as subvenções que os clubes de Orientação recebem para o DPD por parte das autarquias) !!!

Identificado como está de onde vem o dinheiro para a Orientação importa agora compreender como podemos ser correctos com os nossos principais financiadores e como é que podemos ir viabilizar outras fontes de receita!!! Mas isso fica para o fim de semana WinkWinkWink

Boaaaaaaaaaa praia, que eu tambémmmmmmm vou !!!!

Alexandre
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08-30-2010, 11:21 AM
Post: #28
Mais uma vez ignoramos olimpicamente quem verdadeiramente nos financia !!!
Olá a todosBlush,

Aproveitei o fim de semana para estudar com alguma profundidade esta nova realidade sobre o financiamento da Orientação e cheguei à conclusão que mais uma vez não estamos a agir no sentido de criar oportunidades para a Orientação.
É objectivo da Administração Pública potenciar a utilização do Mecenato Desportivo para o Desenvolvimento da Prática Desportiva, e nesse sentido simplificar os mecanismos que a lei prevê para a aplicação dos benefícios fiscais a pessoas colectivas e singulares (leia-se famílias).

Exercício simples: Família que tem rendimentos do 4º escalão (18 000 a 41000 €/ano) (muito comum na Orientação - 2 pais a trabalhar e filho a estudar) que em sede de IRS são taxados a 34% e que participa na TP Pedestre e TFPO Norte custeando do seu bolso os custos de participação em cerca de 3 040,00€. Essa família, se obtivesse da FPO uma declaração de mecenato iria poupar em IRS cerca de 260,00 € que eventualmente iria utilizar para participar em mais algumas provas, WinkWinkWink

Então e se estendêssemos isso a toda a família Orientista quanto é que isso significava em volume global liberto para a Modalidade só com a poupança em impostos??? Uma conta simplista dá-nos o numero de 85 000,00 €Huh como ordem de grandeza da poupança fiscal realizada pela família Orientista.

Será que um valor que representa dois terços do valor recebido do IDP não justificaria uma atitude diferente por parte da FPO??? Acharemos todos que sim mas a direcção da FPO acha que só deve usar esta poderosa ferramenta em beneficio "de alguns" dos seus dirigentes, ou será que estou enganado…????

Será que alguém conhece a "lista de mecenas" da FPO??? Será que a FPO conduz o processo de acordo com a Lei??? E como é que faríamos para obter este beneficio????

Estas são todas questões que uma nova direcção Smile deverá procurar esclarecer e corrigir com urgência pois irá seguramente ajudar a Orientação e estará em linha com a direcção da Politicas Públicas Desportivas, e já agora como retribuição todos nós poderíamos em sede de imposto ajudar suplementarmente a FPO indicando-a como beneficiária de 0,5% da nossa contribuição em IRS (quadro 9 do anexo H da sua declaração).

Pois é, mais uma vez se conclui que algo simples e fundamental para o desenvolvimento da Orientação foi ignorado pelos dirigentes. Então e que dizer das restantes linhas de financiamento público que poderiam ser accionadas. Ai, o deserto é total…..Cool

Por exemplo: Para a promoção da disciplina mais ignorada pela FPO, o TRAIL O (e aquela em que infelizmente eu poderei vir a ter alguma hipótese WinkWink) existem inúmeras linhas de apoio a funcionar junto do Instituto Nacional para a Reabilitação (MTSS) onde a Orientação é ainda uma modalidade desconhecida.

Por exemplo: Para a promoção da internacionalização da Orientação, sobretudo na cooperação com os países lusófonos para as quais existem também muitas linhas de apoio ao desenvolvimento de projectos a funcionar no IPAD (MNE).

Por exemplo: Para a promoção de práticas e atitudes de protecção do ambiente (e da floresta) para as quais existem também linhas de apoio ao desenvolvimento de projectos (Min. Ambiente e Min. Agricultura).

Por exemplo: Para a prevenção e combate à violência e toxicodependencia, utilizando o Desporto e a Aventura como ferramentas de ensino de novas atitudes e comportamentos para as quais o Instituto da Droga e Toxicodependencia (MJ) tem também linhas de financiamento a acções e projectos,

e por ultimo junto dos Governos Civis que financiam acções e eventos de interesse e relevância Distrital.

Deste leque retirei as Autarquias e os Governos Regionais pois são entidades às quais a Orientação já recorre mas que infelizmente a FPO, quase ignora.

Para o fim guardei uma extraordinária fonte de financiamento que ignoramos por completo e que tem natureza fundacional e que actuam também nas áreas supracitadas e noutras que importava explorar….. Mas isso será em próxima oportunidade!!!

Um grande abraço doAngel
Alexandre
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08-31-2010, 01:02 PM (This post was last modified: 08-31-2010 01:04 PM by alix.)
Post: #29
Sabe porque é que a palavra patrocínio não existe na Orientação????
Olá a todosBig Grin,

Guardei este tema do financiamento privado para o fim da reflexão sobre a envolvente económica da Orientação pois parece-me que este é um dos principais pilares que nos faltam para a definitiva afirmação do nosso desporto. O interesse mercantil pelo Desporto tem vindo a ganhar relevo nas ultimas décadas, sobretudo mercê da grande identificação do publico com os seus ídolos e pelo fenómeno de "cópia" de usos e costumes que isso promove!!!

Um par de ténis nos pés de Mikael Jordan, ou um par de chutarias nos pés de Cristiano Ronaldo não é a mesma coisa que um par de sapatos de Orientação nos pés da Maria Sá, ou será? Para quem idolatra a Maria Sá (felizmente serão "poucos" ou talvez não, WinkWink) copiar-lhe o estilo de vestuário, os gostos, os hábitos é uma forma de comunhão com o seu ídolo, ou seja, este comportamento é para o "mundo mercantilista" uma ferramenta comercial muito poderosa!!!

Este exemplo, foi ao longo do tempo estendido com normalidade a outras componentes e características do fenómeno desportivo e hoje é, em algumas modalidades, explorado com enormes vantagens económicas para ambas as partes - Agentes desportivos e Empresas/Marcas/Produtos. Os desportos "profissionais" sobrevivem em grande medida com as receitas que obtém desta fonte de financiamento privada.

No entanto, existe uma peça fundamental neste "negócio" que é a capacidade de comunicação da associação das marcas e produtos com o desporto/atleta/equipa. É a medida desta capacidade de chegar aos "consumidores" que determina o volume do financiamento disponível para a actividade desportiva. Nesse sentido, os desportos tem-se modificado progressivamente e assumido muito mais uma postura de espectáculo do que de competição táctico/atlética. Nesta transformação do fenómeno desportivo os media, nomeadamente a televisão, têm imposto a generalidade dos condicionamentos que hoje regem as grandes competições desportivas.

E como é que a Orientação pode chegar aos consumidores e desta forma se tornar atractiva para o mundo mercantil??? Internacionalmente tem sido difícil este designio da Orientação, sobretudo num modelo de comunicação assente na unidireccionalidade (televisão analógica) em que a modalidade surge necessariamente como um produto caótico e pouco compreensível pelo espectador (nomeadamente nas reportagens alusivas a provas de orientação pedestre e BTT). Então e há solução??? Sim, mas ainda temos de ter alguma paciência e a inteligência para construir uma forma mais aliciante de retratar a Orientação tirando partido das capacidades bidireccionais que a televisão digital nos irá proporcionar (semelhantes às que hoje já temos na Internet), mas isso será tema dos últimos Posts desta semana (Stay tune).

E que ferramentas e experiências a Orientação deve actualmente considerar para entrar decisivamente neste "jogo" do financiamento privado!?!?! O primeiro passo deverá ser o de procurar estudar o problema e associar-se aos parceiros que decididamente procuram compreender e aplicar as boas práticas do "Sponsoring". Que implicam obviamente, definir uma estratégia de comunicação e marketing sólida e efectiva. Mas isso será assunto para amanhã, SmileWinkBig Grin

Um abraçoWink,
Alexandre
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09-01-2010, 01:11 PM (This post was last modified: 09-01-2010 04:15 PM by alix.)
Post: #30
E que somos muito pouco simpáticos e úteis para quem nos visita!?!!
Um grande Olá Angel para todos,

É verdade, a nossa porta de entrada é "pesada" e está muito "mal lubrificada", WinkWinkWink range muito e agrada pouco …. Estou a falar como é natural do nosso portal da Orientação que é o Site da FPO - pesadão, mal organizado e sobretudo muito pouco útil para quem o visita (sobretudo para quem procura um primeiro contacto com a modalidade, falamos naturalmente dos jovens).

E porque que a FPO caminhou neste sentido e não corrigiu o rumo ??? Simples, a FPO não tem qualquer estratégia definida para as áreas da comunicação e marketing e portanto a sua(s) ferramentas de comunicação surgiram de iniciativas individuais, bem intencionadas, mas totalmente desgarradas de um quadro de valores e objectivos que importa definir para a modalidade.

O Portal da Orientação, que não existe, deveria ser o principal veiculo de comunicação da modalidade e tinha obrigação de agregar "quase" todas as ferramentas de comunicação e marketing da modalidade. Deveria ser estruturado por grupos de interesse, deveria conter informação e matérias de apoio que constituíssem uma mais valia para o utilizador/visitante/espectador de modo a que o regresso frequente deste ao Portal fosse incentivado e potenciado.

Então e como é que se faz??? O site da Federação Inglesa de Orientação é um excepcional exemplo de um Portal que convida ao regresso dos visitantes. A informação está organizada por grupos de interesse (Noticias, Primeira Visita, Equipas Inglesas, Voluntariado e Formação, Informação das Provas,….) e o Portal tem no seu seio vários sites ou ligações a sites que ajudam a agregar a informação e a disponibilizar os matérias de uma forma fluída e mais interactiva. O site para as crianças é uma verdadeira pérola onde o grafismo, a linguagem e os estímulos (jogos, actividades, etc.) estão devidamente concebidos para a cultura e desenvolvimento dos publico alvo.

[Image: Ozone.jpeg]
Uma preocupação que se sente em todo o site inglês é a valorização da marca Orientação enquanto factor de captação de recursos - humanos e materiais. A criação de condições para a normalização da imagem e dos procedimentos é uma constante na componente de Desenvolvimento da Modalidade incluída no Portal.

E nós em Portugal, como é???? Bom, nós conseguimos ser melhores do que eles, com o recurso a ferramentas de gestão avançadas para o desenvolvimento da competição (o OASIS é uma ferramenta muito avançada de gestão desportiva, é se calhar o equivalente à VIA VERDE da Orientação), e depois conseguimos ser paupérrimos na forma como não sabemos apresentar a Orientação a quem nos procura pela primeira vez (isto vale tanto para praticantes como para patrocinadores/apoiante/voluntários).

Há que mudar rapidamente esta permanente atitude autista de desprezo pela áreas da comunicação e marketing e construir uma estratégia sólida, com objectivos mensuráveis, para nos expormos junto do nosso mercado alvo. Iniciativas como o O'TV e a Orientação em Revista tem de ser pensadas e planeadas de forma a criar nos telespectadores/leitores uma necessidade de interagir com a Modalidade (Portal) e por essa via abrir-lhes o apetite para a experimentação, formação e prática desportiva!!!! Só assim é que a Orientação capitalizará o interesse do publico e se tornará apetecível para os Patrocinadores!!!!

Amanhã veremos como é que todos os meios (media) se devem articular e complementar no esforço de EXPOR a Orientação

Um abraço e até amanhã,

Alexandre

P.S: Exemplo da importância da gestão dos conteúdos do Portal na promoção do interesse do espectador/utilizador (monitorização do ARWC Portugal 2009 via Google Analytics).
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