Ori-Futuro - Onde queremos que a Orientação esteja em 2020 ?!?
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08-23-2010, 07:52 PM
(This post was last modified: 08-23-2010 10:31 PM by alix.)
Post: #22
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E que a FPO não tem tido "jeito" nenhum no jogo do Financiamento Publico????
Olá a todos,
Este, até agora, foi o artigo (POST) mais difícil de concretizar. Primeiro porque foi difícil compreender e digerir toda a informação e depois porque foi muito trabalhoso compreender o seu real enquadramento. No entanto, o esforço deu resultado e consegui constituir uma base de dados completa dos contratos programa do IDP em 2010, eventualmente a única existente para além da dos próprios serviços do IDP . Primeira grande conclusão deste estudo às rubricas do Financiamento Público da Orientação: - A FPO, sistematicamente, não faz trabalho de casa e limita-se a aceitar o que o IDP lhe resolve dar em cada ano !!!! (há uma desvalorização sistemática do crescimento da modalidade no financiamento concedido e um copiar da pratica orçamental anterior sem a sua devida adequação à realidade da modalidade - inflação e nº de praticantes são sistematicamente desprezados) A segunda conclusão é: - A FPO não propõe, não constrói e/ou não exige??? que a sua proposta de financiamento publico seja considerada por rubricas independentes (contratos separados) e insiste num modelo de contrato único que só nos prejudica !!! (aqui estamos ao nível da Petanca, do Aeromodelismo, do Karaté ...e fomos completamente ultrapassados pelo Surf, pelo Golfe, pelo Triatlo....) A terceira conclusão é: - A FPO não propõe??? para financiamento todas as suas provas internacionais, penalizando desnecessariamente as suas organizações!!!! (É confrangedor ver os apoios concedidos a outras federações em inúmeros eventos que de "Mundial" e "Europeu", só tem o nome e a atribuição de pontos de ranking internacional para os atletas nacionais - e os nossos Campeonatos Ibéricos (Espanha é o nosso maior mercado de turistas), e os nossos WRE's e as nossos 5 Dias na Praia .....) A quarta conclusão e ultima, e quiçá a mais impactante de todas: - a FPO despreza sistematicamente a quantificação e contabilização de dois dos seus MAIORES ACTIVOS que são: - o TRABALHO VOLUNTÁRIO dos seus atletas, dirigentes e simpatizantes; - a PRESTAÇÃO de ACTIVIDADE FÍSICA DESPORTIVA aos participantes eventuais (não regulares) das nossas iniciativas. NOTA: - voltarei a estes dois últimos temas - Voluntariado e Classes de Iniciação/Formação porque de facto, a culpa é da nossa total ignorância legal, e não só, no tratamento a dar a estes assuntos críticos do desenvolvimento da Orientação. Debrucemos-nos agora sobre o gráfico da evolução do financiamento publico à Orientação de 1996 a 2010 (com os valores actualizados a preços de 2008 e normalizado pelo nº de atletas). Como anteriormente referido a tendência do financiamento publico à Orientação tem sido decrescente (incluindo 2009 e 2010 a taxa é de - 11,5 €/ano*atleta). Essa evolução é bem patente no andamento da curva correspondente à FPO-Total (quadrados azuis). Verifica-se também que o andamento desta curva é influenciado decisivamente pela rubrica do Desenvolvimento da Pratica Desportiva (DPD) que tem desde há uns anos ??? incluído uma verba para as Selecções Nacionais reduzindo ainda mais a verba do DPD. Do andamento da curva verificamos que o período de maior queda do financiamento ocorreu entre 1999 e 2002 e que de lá para a frente o andamento tem estabilizado de forma oscilante em torno dos 49 €/atleta. Como será natural prever esta verba que inclui, no nosso caso, as selecções nacionais tem condicionado fortemente a capacidade da FPO de promover o Desenvolvimento da Orientação e das Corridas de Aventura. De facto, a incapacidade notória da FPO em responder às solicitações externas é confrangedora e gera o desinteresse dos promotores, sobretudo das escolas e das autarquias .... os dois pilares principais do nosso desenvolvimento !!?? A FPO tem tido no Enquadramento Técnico uma das rubricas mais mal tratadas ou menos exigidas à tutela. O ET só apareceu explicitamente uma única vez em 2004 e mesmo assim só nos foi concedido um técnico a meio tempo para as CA (conforme referido à época). Aconteceu mais tarde também de forma esporádica e ao abrigo de um programa de modernização administrativa que não teve seguimento. A nível do Apetrechamento denota-se um esforço crescente apartir de 2002 e que culminou num máximo em 2007 (o valor médio deste esforço cifrou-se nos 9,7 €/atleta*ano e a sua taxa de crescimento foi de 4,51 €/por/atleta*ano) e aparentemente terminou sem deixar qualquer continuidade para 2008 e seguintes...??? O apoio aos Eventos Desportivos Internacionais (EDI) teve um pico extraordinário em 2000 (Congresso do Centenário da IOF em Sintra) mas tem sido genericamente diminuto face aquilo que tem sido a evolução da internacionalização do nosso pais como palco de eventos. É tão ridículo o valor que nos tem sido atribuído face ao que temos produzido de receita e de notoriedade para o País que se torna até confrangedor referir este assunto. De qualquer forma, nós também não temos sabido aproveitar as oportunidades e construir as candidaturas a este importante programa de financiamento do IDP (caso flagrantes foram o WMOC 2008, o ARWC 2009 e agora o WOC/ JOCMTB 2009 - neste ultimo o valor orçamentado foi muito aquém do real com consequências claras no valor obtido). Para o final reservo a rubrica correspondente à Formação de Recursos Humanos (FRH). Esta rubrica tem sido a 2ª mais importante do apoio à FPO mas tem decrescido ao longo do tempo a uma taxa de -1,81 €/atleta*ano para desaparecer apartir de 2008??? Será que alguém sabe porque??? É que apesar de ser uma verba modesta de cerca de 15,0 € /atleta*ano, ela foi imprescindível para a formação dos nossos atletas/técnicos/voluntários e é seguramente a principal responsável pela qualidade da nossa actual prática desportiva e organizativa. Será que nos podemos dar ao luxo de perder as verbas da formação??? E qual será o preço que iremos pagar no futuro por isso??? Dito isto, importa referir que não só é imperioso continuar a formar os nossos técnicos e atletas como importa repensar toda a lógica da formação e centra-la no nosso futuro que são os novos praticantes - Jovens ou adultos ou quiçá deficientes e idosos, aos quais normalmente não prestamos qualquer atenção. Demonstradas que estão as nossas fragilidades face ao financiamento publico importa aprender com a lição e sobretudo saber usar esta informação agora produzida para exigir o respeito que nos é devido e que se tem perdido ao longo desta década e meia de vida Orientista .... Amanhã há mais novidades sobre a forma como governamos os dinheiros que são colocados ao nosso dispor... Alexandre |
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